sexta-feira, abril 13, 2007

Inclusão Digital: Quem precisa realmente?

O assunto é complexo. Não existe uma fórmula certa e na maioria do mundo ainda se está na fase da tentativa. No entanto, algumas questões precisam ser explicitadas. A semana foi movimentada no assunto, a começar pela notícia que diz que apenas 1/3 dos estudantes brasileiros acessam a Internet.
Vamos por partes:
  1. A notícia em si não mostra nada de novo. O acesso a internet está associado a renda e ela só comprova isso;
  2. No entando a pesquisa, feita pelo IBGE, também fala que 71,7% dos internautas e 90% dos estudantes usam a rede para aprendizado e aí começaram minhas dúvidas em relação a efetividade da pesquisa;
  3. Outra notícia, no mesmo site informa que nas escolas particulares de SP a internet substitui livros,
Mantenho o início do rascunho que comecei a escrever em 24/03/07. Novos acréscimos me fizeram retornar a ele, mas determinante foram a série de posts publicadas no blog de Simon Schwartzman.

Um outro post meu voltava ao assunto e me comprometi em tentar acrescentar alguma coisa à discussão.

A estória está meio parecida com este post. Muitas opiniões e uma série de fatos numa seqüência acelerada, aos quais não temos tempo de absorver e refletir sobre eles. Resta-nos a intuição e a experiência acumulada como no caso dos participantes no blog do Simon Schwartzman.

De fato, tudo ainda está na fase do empirismo, e apesar de todos os esforços algumas coisas são inegáveis. Fato como o domínio da ferramenta, no caso o computador, pelos mais jovens; a vantagem daqueles que possuem acesso facilitado à ferramenta; a ausência de foco ou mesmo objetivos claros no seu uso, estão entre elas.
No entanto, vou me restringir a um outro fato, pouco citado e não menos nobre. O uso do computador no trabalho. De que forma ele realmente ajuda?
Algumas opiniões em sites de relacionamento que participo, em especial o Via6 mostram que ainda existe muita controvérsia sobre seu uso.
Particularmente, fiz minhas pesquisas e constatei alguns fatos. Uma secretária levava cerca de 15 minutos para emitir um documento com redação própria, datilografado em máquina eletrônica com auto-correção (mecanismo desnecessário para a maioria das boas secretárias). Portanto em uma jornada de 8 horas ela poderia emitir até 32 documentos. Isso se chama produtividade.
Agora imaginemos que todos os modelos de documentos estejam armazenados em uma base de dados e que a sua emissão se dê a partir dos comandos de um sistema do tipo CRM. Ou seja o sistema mesclaria os dados pessoais com o modelo de documento escolhido e encarregaria e imprimi-lo e enviá-lo para expedição. Ou seja, na pior das hipóteses, você não precisa de um profissional que domine redação de documentos e datilografia para tal tarefa. Na melhor você pode contratar um menos qualificado e menos remunerado para controlar os comandos do CRM e com um produtividade bem maior.
Bingo! Bem vindo ao Admirável Mundo Novo.
Mas por sorte, a maioria das empresas e em especial o maior empregador do país (as máquinas do Estado), ainda não se deram conta disso. Será?
Sim, elas estão informatizadas. Uma parte significativa tem inclusive acesso à Internet. Para que? Ora, ler jornais, enviar spam, se cadastrar e usar salas de bate-papo, entre outras coisas. Pouquíssimas utilizam intranets competentes. A produtividade, há muito foi pro fundo, e maldizemos cotidianamente essas "empresas". Esse custo, é altíssimo e no final das contas é pago por nós.
Soluções? Inúmeras. Aguardem os próximos posts...

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