Sempre tive verdadeiro horror à programas de auditório. Costumo repetir o que dizia meu pai, que alguns beiram à indigência. Mas as vezes, você tem o azar de ver, né? Não significa assistir, mas é impossível ficar alheio as atrocidades cometidas por esses carrascos da mídia televisiva. Se não bastassem o grande besteirol que usam na tentativa de manter o público entretido, adoram humilhar à quem possam. E nenhum momento é melhor do que o eterno quadro dos "calouros". Pessoas, em sua maioria humildes, que se arriscam à "pagar o mico" perseguindo um sonho, mesmo que seja de alguns minutos de fama.
Ontem fui submetido à esta tortura psicológica da humilhação do próximo, como espectador acidental de um quadro no ignóbil Domingão - aliás, ignóbil é passar o domingo vendo TV - do tal de Faustão. Sem frescuras, mas o cara é um prato cheio para um psicanalista. E o pior, é que parece que as vezes ele se dá conta do que falou e tenta consertar. Fica pior a emenda que o soneto e acaba sobrando para todo mundo. É o que dá falar sem pensar. Neste ponto, tenho saudades da buzina do Chacrinha. Era bem melhor do que alguém metido à pseudointelectual falando besteiras à torto e a direita, tentando comentar o vazio.
E não caia na besteira de chamá-los de palhaços. Um palhaço de circo nos distrai e alegra infinitamente mais e melhor, sendo em sua grande maioria bem superiores à estes "apresentadores". Talvez por isso o Chacrinha seja inesquecível: Ele se vestia de palhaço e isso trazia simpatia.
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