domingo, março 15, 2009

O Menina, o Padre e o Papa

Qualquer semelhança é meramente proposital.

Imagine-se. Os sonhos são a sua esperança. A vida não foi tão generosa quanto você merecia. Não são materialidades, bem ou mal você tem o alimento para o corpo. Seu espírito, esse vai-se alimentando dali e acolá. Você com certeza já deve ter ouvido falar de um certo Deus, mas ele está tão distante quanto a cidade mais próxima da sua ou pior, quanto as imagens da sua televisão.

Aos poucos, como a vida, em sua concepção Darwiniana, corre normal mas nem todos a veem como tal: uma vida em crescimento. Infelizmente, a espreita, alguém resolve lhe tirar o sonho. E povoar seu sono com pesadelos. Você que pouco conhecia a dor, sente-a em toda a sua força. Não apenas físicamente, mas em seu íntimo e em seu espírito. Mas você a sente sem ao menos poder se manifestar. Séculos de discriminação e jugo se fazem sentir nos teus ombros. Mas lembre-se tudo o que você tem no mundo são sonhos, que aos poucos se esvanecem.

Você, que respeita a vida em todas as suas formas, de repente se vê atormentada. Pessoas ao seu redor, mas assustadas do que que temerosas por você, discutem. Alguém, auto-intitulado porta-voz daquele Deus que você nunca viu e nunca se preocuparam em dizer a você quem ele realmente era, sequer a ouve, mas inflige a sua cruel decisão: Você não deverá mais conhece-lo. Pouco a aflige essa proibição diante de tantas maldades as quais você foi submetida. Essa é um questão menor. Seu espírito é alimentado pelo que há de mais mundano. As alegrias do dia a dia, suas pequenas conquistas e, principalmente seus sonhos. Mas seus sonhos foram destruídos, suas alegrias também e ninguém, mas absolutamente ninguém, pensou em você e na sua vida. Só nas “questões paralelas”. As preocupações passam longe de como restaurar em você suas emoções, sua inocência, seu respeito e amor pela vida.

Aquele, que se auto intitula porta-voz daquele Deus que você pouco conhecia, aproveita-se da sua fama. Faz do calor da sua intrasigência uma brasa que queima o mais ateu do mortais. Não sei se é apenas intrasigência ou aquele sentimento a quem foram negados os sonhos. Você não sabe quem ele é, mas em sua mente ele se parece com aquilo que procuravam te atemorizar como a mais bestial das criaturas: um demônio.

Porém, o burburinho ao seu redor cresce. Alguns falam em uma tal ignonimía, muitas se compadecem. Mas a resposta não é para você. É para o tal do auto intitulado porta-voz. Vem de alguém acima dele. Mas ela apenas alerta, de qualquer forma deve ser restaurada a sua humanidade.

Tomara que prestem atenção nessas únicas palavras. Afinal a humanidade não foi feita de palavras, mas de atitudes. É tudo que lhe resta. Que se encerrem as discussões acaloradas sobre isso e aquilo que em nada explicam a você o tamanho do seu sofrimento. Resta-lhe apenas dar-lhe muito carinho, compreensão e conforto espiritual para que ao menos você possa voltar a sonhar.

Nenhum comentário: